sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Dossier Filtros

A actual situação económica do país está a condicionar o mercado dos filtros, tanto quantitativamente, como qualitativamente. No primeiro caso, as revisões dos veículos são atrasadas e os prazos de substituição dos filtros largamente ultrapassados, levando a que o volume total de filtros comercializados não atinja todo o seu potencial. No que toca ao aspecto qualitativo, está o grande surto de marcas de baixo custo, às quais se juntam as segundas linhas de fabricantes de primeira qualidade original. Provavelmente, o volume do mercado não seria o mesmo sem estas marcas low cost, que constituem a opção de uma faixa considerável de consumidores.

Aparentemente, muitas oficinas não conseguem ultrapassar a pressão que os clientes exercem sobre os preços e montam produtos que não são recomendados pelos construtores, originando desgaste dos componentes mecânicos, maior consumo de combustível e mais emissões de escape. Nos concessionários e reparadores autorizados os filtros são mais caros, porque estes operadores têm que defender as garantias das respectivas marcas e não podem deixar de montar filtros de primeiro equipamento. A diferença de preço justifica-se pelo valor acrescentado da peça original, que torna a montagem mais rápida e mais económica, assegurando também sinergias na manutenção dos veículos, que compensam o seu preço superior. 
Obviamente, uma das condições intrínsecas do mercado é a liberdade, o que implica a oferta dos mais variados produtos e serviços. Quem compra e quem vende tem obrigação de fazer as suas contas e ver se os benefícios das suas opções correspondem ao que se pretende. Mesmo quando erram, os consumidores e operadores de mercado acabam por gerar intervenções a médio prazo, contribuindo indirectamente para a dinamização do mercado de reparação automóvel, escrevendo assim direito por linhas tortas.

Sustentabilidade conquista-se
Claro que, em termos de futuro, a sustentabilidade de certas marcas que operam sem margens recomendáveis pode ficar em causa, mas tudo isso faz parte do próprio jogo do mercado. Na frente da batalha, os negócios sobem e descem com grande rapidez, mas a segurança do mercado está garantida pelos operadores que apostam em soluções mais criteriosas e conservam a saúde dos seus negócios.
Em termos de nichos de negócio, os filtros de habitáculo e de gasóleo aparecem como as tendências emergentes e com mais futuro. Nos dois casos, o crescimento do parque automóvel com sistemas de climatização (70% na origem) e com motorizações diesel justifica o prognóstico. Além disso, a mais apurada tecnologia dos sistemas envolvidos requer a substituição dos filtros nos prazos previstos, sob pena do carro começar a funcionar incorretamente. Claro que os filtros de ar e de óleo vão continuar o seu curso dentro dos parâmetros normais. Em todos os casos, contudo, a inovação e a evolução tecnológica têm um papel preponderante no primeiro equipamento, o que acaba por se reflectir inevitavelmente no mercado de pós-venda.

FACTOS:
● Em Portugal existem muitas marcas diferentes de filtros, o que faz com que seja um mercado muito fragmentado e competitivo. Isto acontece porque os filtros são dos produtos de maior rotatividade no sector automóvel, o que faz com que seja um mercado muito apetecível para as marcas.

● O factor qualidade deve estar sempre presente e valorizado como um ”investimento” face a marcas de 2ª e 3ª linha que hoje em dia ocuparam um espaço maior no nosso mercado. Contudo, não podemos menosprezar as relações distribuidor / oficina, pois estas permitem um critério de fidelização ímpar.

● Os distribuidores de filtros e a própria oficina devem perceber que este produto, embora tenha um custo mais baixo do que a maioria das outras peças tem uma importância tão grande, que a sua qualidade é vital na proteção do motor, evitando assim grandes problemas nos veículos.

  ● Os fabricantes de filtros devem continuar a desenvolver e adaptar a sua oferta de produtos às necessidade da indústria automóvel, como por exemplo: atenção especial às questões do meio ambiente com novas tecnologia para as emissões, cartuchos recicláveis, filtros de combustível de alta pressão e novos filtros diferentes dos tradicionais.

● Filtros que respeitem as especificações das marcas, seja na qualidade do produto, seja na defesa da performance e motor do veículo, devem ser os critérios de escolha das oficinas, mas o preço, infelizmente, ainda é um dos principais factores de escolha.

● Devido ao maior espaçamento entre revisões dos veículos novos e com as constantes evoluções que os próprios filtros tiveram nos últimos anos, as exigências face aos filtros são maiores e os clientes estão agora mais atentos à qualidade dos mesmos, e a optar pelas marcas com qualidade equivalente à Origem